terça-feira, 3 de março de 2009

Nota da Comissão de Especialistas em Jornalismo

Em 12 de fevereiro de 2009 o Ministério da Educação constituiu, pela Portaria SESu nº 203, uma Comissão de Especialistas em formação superior para subsidiar a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais relativas aos cursos de Jornalismo.

Em sua primeira reunião em Brasília, no dia 19 de fevereiro de 2009, essa comissão deliberou consultar primeiro pela Internet os diversos segmentos – acadêmicos, profissional e sociedade civil. Posteriormente, as entidades representativas desses segmentos serão ouvidas em audiências públicas presenciais.

A Comissão gostaria de receber sugestões das diversas áreas sobre os seguintes pontos:

• O perfil desejável do jornalista diante das transformações políticas, culturais, sociais e tecnológicas contemporâneas;

• As competências a serem construídas na formação superior desse profissional em termos de conhecimento, habilidades, atitudes e valores.

Envie sua contribuição para o e-mail: consulta.jornalismo@mec.gov.br até o dia 30 de março de 2009.

Comissão de Especialistas em Jornalismo
José Marques de Melo - presidente, Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior (Universidade Federal de Pernambuco), Eduardo Barreto Vianna Meditsch (Universidade Federal de Santa Catarina), Lucia Maria Araújo (Canal Futura), Luiz Gonzaga Motta (Universidade de Brasília), Manuel Carlos da Conceição Chaparro (Universidade de São Paulo), Sergio Augusto Soares Mattos (Universidade Federal do Recôncavo Baiano), Sonia Virgínia Moreira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Esta nota pode ser acessada em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/consulta.pdf

Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Jornalismo

A concessão do diploma de Jornalismo a bacharéis de outras profissões após dois anos de curso é a proposta mais polêmica da comissão que será empossada hoje pelo Ministério da Educação para criar novas diretrizes para a graduação.

Outra mudança a ser debatida é a separação do curso da grande área da Comunicação Social, criando um currículo próprio. “O curso perdeu autonomia e identidade”, diz o presidente da comissão, José Marques de Melo, professor da Universidade Metodista. “A graduação deveria ter um currículo próprio com ênfase nas áreas de humanidades, e outros profissionais, que já teriam cumprido essa carga de disciplinas, poderiam ter o diploma após dois anos de aulas.” Ele ressalta que são apenas ideias, sujeitas ao debate com empresas de comunicação, sindicatos, professores e alunos.

Nos próximos três meses, prazo para a comissão entregar um relatório ao Conselho Nacional de Educação, haverá audiências públicas. Desde os anos 1980, a formação em Jornalismo passou a ser uma habilitação do curso de Comunicação Social. Já a possibilidade de bacharéis receberem diploma após dois anos foi levantada em 2008 pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.

Entre as graduações mais concorridas, os cursos de Jornalismo fizeram parte da expansão do ensino privado nos anos 1990. Segundo dados do Censo da Educação Superior, dos 546 cursos oferecidos no País, 463 são pagos. Somente em 2007, foram 6.850 formados.

(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, o texto foi retirado do UOL - http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2009/02/19/ult4469u37567.jhtm).

Fazem parte desta comissão os professores Eduardo Meditsch (UFSC), José Marques de Melo (UMESP) Manoel Carlos Chaparro (USP), Sonia V. Moreira (Uerj), Alfredo Vizeu (UFPE), Luiz Gonzaga Motta (UnB), Sérgio Mattos (UFRB) e a gerente-geral do Canal Futura Lúcia Araújo (Canal Futura).

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Conferência Michel Maffesoli na UFSC

Up-date com o áudio do Maffesoli

Com o podcast, consegui finalmente colocar no ar o áudio da conferência do Maffesoli em Florianópolis. O link está aqui, ou na postagem logo mais abaixo. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Maffesoli em Florianópolis

Na terça-feira passada, o sociólogo francês Michel Maffesoli fez uma conferência na UFSC. Acompanhei o evento e gravei a fala do intelectual, considerado um dos mais brilhantes pensadores da sociedade contemporânea. Foi a quinta ou sexta vez que ele esteve na Universidade Federal de Santa Catarina. Cerca de 1,3 mil pessoas formaram a audiência compenetrada que ouviu o mestre. Assim que for possível, pretendo disponibilizar o áudio integral aqui no blog.

7a. Semana de Jornalismo

Acontece esta semana na UFSC a 7a. Semana de Jornalismo.

Entre as atividades programadas estão mesas e mini-cursos.

Confira a programação completa no http://www.semanadojornalismo.ufsc.br/index.php

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Carta de São Paulo

O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, encerrado sábado (23) em São Paulo, editou uma carta com a síntese das discussões dos temas que preocupam os profissionais. Quem não leu, pode ler aqui.

Carta de São Paulo

Os jornalistas brasileiros, reunidos no 33º Congresso Nacional da categoria, realizado na cidade de São Paulo, de 20 a 24 de agosto de 2008, para discutir o tema O Jornalismo, o mundo do trabalho e a liberdade de imprensa, manifestam publicamente à Nação brasileira a preocupação com os constantes ataques à profissão de jornalista, à democracia na comunicação e à liberdade de expressão e de imprensa.

No momento em que se comemoram os 200 anos de imprensa no Brasil, o direito da sociedade brasileira de ter acesso à informação de qualidade, plural e democrática está seriamente ameaçado pela mais contundente ofensiva de desregulamentação da profissão dos jornalistas: a tentativa de eliminar a exigência da formação específica em Jornalismo para o exercício profissional. O ensino superior em Jornalismo é o alicerce sobre o qual se constitui legalmente a profissão há quase quarenta anos. É uma conquista da categoria e da sociedade brasileira, fruto de um século de luta pela qualificação e pela consolidação do jornalismo como uma atividade de interesse público e um instrumento de fortalecimento da democracia.

Os jornalistas denunciam publicamente a tentativa de grande parte dos empresários dos meios de comunicação de confundir a opinião pública quanto à importância da regulamentação de nossa profissão. Na verdade, o jornalista atua como um mediador das diversas opiniões que constituem a esfera pública contemporânea e, por dever ético, não expressa opinião pessoal nas notícias e reportagens que produz. A mesma tentativa de manipulação se dá em relação ao Conselho Federal de Jornalistas que, além de constituir uma instância de organização profissional, a exemplo de outras categorias, é um mecanismo a serviço da sociedade para garantia do exercício ético da profissão.

O 33º Congresso Nacional dos Jornalistas, em decisão histórica, aprovou a criação da Comissão Nacional pela Igualdade Racial e selou um compromisso pela superação de todas as formas de assédio e discriminação no ambiente de trabalho e social. Os jornalistas brasileiros também repudiam as diversas formas de aviltamento da profissão, que se manifestam na sobrejornada, no acúmulo de funções, na desvalorização salarial, na terceirização de serviços, no desrespeito à condição de autor e na perda dos direitos sociais e trabalhistas pela contratação de jornalistas como pessoa jurídica. A precarização das relações de trabalho é uma prática que não espelha a realidade econômica das empresas de comunicação que, ano após ano, vêm apresentando lucros.

O problema se agrava com a oligopolização da comunicação no Brasil. Oito famílias e grandes corporações controlam a grande mídia nacional. A concentração dos meios de comunicação, facilitada pela propriedade cruzada, não apenas reduz postos de trabalho e obriga o jornalista a produzir para diversos veículos do mesmo grupo empresarial, mas restringe o direito da sociedade à pluralidade de informações.

Diante do atual cenário, os jornalistas brasileiros reafirmam a sua luta histórica pelo direito da sociedade à informação e pela liberdade de expressão e de imprensa, exigem a realização imediata de uma Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo brasileiro para discutir políticas públicas que democratizem a comunicação no Brasil, defendem a aprovação de uma lei de imprensa democrática e cobram do Estado brasileiro políticas públicas de segurança que garantam a dignidade dos cidadãos brasileiros e assegurem aos jornalistas a integridade no exercício da profissão e a liberdade de informar a sociedade em todo o território nacional.

São Paulo, 23 de agosto de 2008.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Jornalismo e Desenvolvimento Regional

CCT vota proposta que autoriza rádios comunitárias a formarem redes na Amazônia
Silvia Gomide - Agência Senado

Projeto que está na pauta de quarta-feira (27) da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) tem o objetivo de permitir que rádios de difusão comunitária da Amazônia Ocidental formem redes para a transmissão de programas exclusivamente jornalísticos ou educativos em benefício do desenvolvimento geral da comunidade.

A proposta (PLS 251/08), de autoria do senador Geovani Borges (PMDB-AP), determina ainda que as transmissões em rede não poderão exceder o limite de 15% do total da programação. Na justificação do projeto, Geovani Borges explica que o objetivo é levar informação a regiões menos favorecidas e carentes. O relator, senador Expedito Júnior (PR-RO), apresentou voto favorável à matéria, que receberá decisão terminativa na CCT.

Segundo o autor do projeto, a criação dos sistemas de radiodifusão comunitária significou o reconhecimento da importância das emissoras de baixa potência como veículos de prestação de utilidade pública e de integração das comunidades. O senador acredita, no entanto, que a atual regulamentação do serviço, que proíbe a formação de redes de transmissão por esse tipo de emissora, não levou em conta o desequilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do país.

Para Geovani Borges, a proibição às emissoras comunitárias de formarem redes de transmissão vem impedindo, em regiões como a Amazônia, que o serviço possa cumprir plenamente o objetivo para o qual foi criado: integração das comunidades e promoção da cultura local.

- Nessa região, a densa floresta, as imensas distâncias condenam as populações ribeirinhas ao isolamento, à falta de acesso aos mais variados bens e serviços. Não se pode privá-las, igualmente, de usufruir da riqueza advinda da troca de informações, em um mundo que se conecta em rede - defendeu o senador.
Pesquisa
Também está na pauta da CCT projeto (PLS 256/08) do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que cria Centros de Pesquisa e de Desenvolvimento da Educação nas instituições federais de educação superior. A proposição recebeu voto favorável do senador Romeu Tuma (PTB-SP) e, caso aprovada na CCT, receberá decisão terminativa na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

A proposta de Cristovam obriga as instituições federais de educação superior a criarem os referidos centros de pesquisa que terão como objetivo "desenvolver pesquisas e práticas para avaliar e difundir tecnologias educacionais, de preferência para as escolas de educação básica pública, de forma a qualificar os processos de aprendizagem das crianças, adolescentes, jovens e adultos".

O senador afirma que a qualidade da aprendizagem dos estudantes brasileiros precisa melhorar urgentemente. Cristovam reconhece que o país deu "saltos na educação", tanto pela expansão da oferta de vagas no ensino fundamental obrigatório quanto pela difusão do ensino médio e superior. Mas, acredita, é preciso promover iniciativas que garantam a qualificação desse ensino, como a sugerida pelo projeto em questão.

- Os métodos de ensino e aprendizagem estão evoluindo de maneira rápida nos campos da pedagogia, neurobiologia e todas as ciências do processo cognitivo. O Brasil, sob pena de se condenar a um subdesenvolvimento crônico, não pode permitir-se a omissão na incorporação dos avanços nos sistemas de ensino quando as demais nações deslancham nessa direção - diz Cristovam.

A reunião da CCT está marcada para as 8h45.