Michael Schudson, em texto comentado em sala de aula (“Enfoques históricos a los estúdios de la comunicación”), afirma que um dos livros tristemente menoscabados pela história da comunicação é “Immaged Communities: Reflections on the Origin and Spred of Nationalism” (1983), da autoria de Benedict Anderson.
As reflexões de Anderson são importantes porque conseguem descrever de forma original a participação da imprensa e das atividades comerciais na construção dos Estados-nacionais europeus. Para o autor, as novelas e os jornais teriam concorrido para a formação mercados consumidores homogêneos, que se tornariam, n’último caso, as “comunidades políticas imaginadas”. Diz ele: “as línguas impressas criaram campos unificados de intercâmbio e comunicação abaixo do latim e acima as línguas vulgares faladas. Os falantes da enorme variedade de línguas francesas, inglesas, ou espanholas, que podiam achar difícil, ou até mesmo impossível, compreender-se reciprocamente em conversa, tornaram-se capazes de compreender-se via imprensa e papel (...)”
Estes estudos devem ser lidos por quem busca uma compreensão mais aprofundada do exercício jornalístico, já que confirmam o estatuto do jornais como, nas palavras de Hegel, “prece matinal” do homem moderno. O ritual de tomar silenciosamente o jornal nas mãos e lê-lo, simultaneamente a milhares de outras pessoas, forneceria aquela segurança notável das comunidades anônimas, que é garantia das nações modernas.
Ele está traduzido em português sob o nome “Nação e Consciência Nacional”, pela editora Ática.
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